Notícias e Eventos
Webinar: Plataforma Open SDG
23 de julho de 2020
Participe do webinar gratuito em inglês para aprender sobre a Open SDG, uma plataforma para dados de código aberto e análise dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), no dia 30 de julho, a partir de 13h.
O webinar será conduzido pela Diretora da Rede Temática de Pesquisa em Dados e Estatística da SDSN (TReNDS’), Jessica Espey, que explicará as funcionalidades, as origens e a evolução da plataforma, assim como a importância dos dados para o progresso da agenda dos ODS em âmbito nacional e regional. Este webinar também destacará a relevância de parcerias e diversas fontes de dados para os relatórios de ODS, com estudos de caso das cidades de Los Angeles e Bristol.
O portal de dados foi criado pelo Governo Americano em parceria com o Escritório Nacional de Estatísticas britânico e o Center for Open Data Enterprise (CODE, na sigla em inglês).
Para inscrições, acesse https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScPtunhi-L-NAmxkZYW6ZAXAdHr20otVn4Fnx42gLpws_ZeGg/viewform
Webinar “Fronteiras da Ciência da Sustentabilidade”
20 de julho de 2020
A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) realizará amanhã, dia 21 de julho, o webinar gratuito “Fronteiras da Ciência da Sustentabilidade”, às 19 horas. O evento online apresentará o Mestrado Profissional em Ciência da Sustentabilidade e contará com a presença dos professores Dr. Bernardo Strassburg, Dr. Fabio Scarano e Prof. Dra. Agnieszka Latawiec.
Para participar, acesse: https://global.gotomeeting.
Sobre os palestrantes:
Prof. Dr. Bernardo Strassburg — Professor do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio e Diretor Executivo do Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) — é economista e doutor em Ciências Ambientais pela Universidade de East Anglia (Reino Unido). Sua pesquisa concilia aspectos econômicos, ecológicos e de inteligência espacial em abordagens de sistemas socioecológicos, apoiando políticas públicas de governos locais e nacionais e organismos multilaterais como as Convenções de Biodiversidade e de Mudanças Climáticas das Nações Unidas e o Banco Mundial, além de organizações do terceiro setor.
Prof. Dr. Fabio Scarano — Professor Associado de Ecologia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro — é doutor em Ecologia pela Universidade de St. Andrews (Escócia). Foi autor no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, 2011-2014), no Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC, 2011-2014), coordenador de capítulo no Painel Intergovernamental de Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES, 2015-2018) e é coordenador geral da Plataforma Brasileira sobre esse tema (BPBES, desde 2015). Possui mais de 100 publicações científicas e foi agraciado com o Prêmio Jabuti para dois de seus livros.
Prof. Dra. Agnieszka Latawiec — Professora do Departamento de Geografia e Meio Ambiente da PUC-Rio e Diretora Executiva do Instituto Internacional de Sustentabilidade (IIS) — é doutora em Ciências Ambientais pela Universidade de East Anglia (Reino Unido). Sua pesquisa se concentra em aspectos mais amplos da gestão da terra, participando e liderando projetos e pesquisas interdisciplinares em: ciência do solo, manejo e mudança de uso da terra, modelagem, tomada de decisão ambiental, avaliações de impacto, indicadores e ciência da sustentabilidade.
Campanha pela Década de Responsabilidade dos ODS – 2020
15 de julho de 2020
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Participe do Webinar “Campanha pela Década de Responsabilidade dos ODS” (Campaign for a Decade of Accountability of the SDGs) às 8:30 da manhã na quinta-feira, dia 16 de julho. O webinar será gratuito e em inglês, realizado durante o Fórum Político de Alto Nível 2020.
Este evento online e interativo tem o objetivo de incentivar o cumprimento da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), principalmente em relação às dificuldades enfrentadas com a atual pandemia do COVID-19. O evento também apresentará reflexões sobre a responsabilidade dos ODS a partir de vários pontos de vista, assim como a importância da implementação destas metas para a resposta, reconstrução e resiliência da pandemia do novo coronavírus.
No final do webinar, acompanhe a prévia do primeiro Relatório Global de Responsabilidade dos ODS, que será lançado no final de 2020.
As inscrições estão abertas e podem ser realizadas no link abaixo.
Para mais informações, visite https://sdgaccountability.org/
AI for People lança Workshop gratuito sobre Inteligência Artificial
14 de julho de 2020
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A AI for People está oferecendo um workshop gratuito em inglês sobre Inteligência Artificial, nos dias 8 e 9 de agosto . O workshop possui dois blocos básicos e quatro blocos avançados. Os blocos básicos exigem pouca ou nenhuma experiência em programação e os blocos avançados são para aqueles que desejam aprender sobre técnicas mais avançadas de Inteligência Artificial (IA).
O palestrante convidado é Dr. Ibrahim Haddad, Vice Presidente de Programas Estratégicos da Fundação Linux e Diretor Executivo da Fundação LF de Inteligência Artificial.
A AI for People é uma organização de pesquisas sem fins lucrativos, cuja missão é ensinar sobre como a Inteligência Artificial pode ser utilizada para o bem social. Portanto, se você aprova o workshop, sugerimos uma doação de 15 € (aiforpeople.org/supporters). As vagas são limitadas e preenchidas por ordem de chegada. Por isso, recomenda-se que o registro seja feito com antecedência.
- Bloco Básico I: Exercício prático sobre Processamento de Linguagem Natural. O palestrante Philipp Wicke dará uma breve introdução ao Processamento de Linguagem Natural (PLN). Esta palestra é bastante prática e o palestrante mostrará um exemplo de modelagem de tópicos utilizando dados reais.
- Bloco Básico II: Introdução à ética da IA. A presidente da AI for People, Marta Ziosi, fornecerá uma ampla introdução aos tópicos eticamente relevantes para o desenvolvimento da inteligência artificial. Se você possui formação em ciências sociais ou técnicas, este curso apresentará os prós e contras da tecnologia na sociedade e fornecerá as ferramentas conceituais e relevantes para o campo da ética em IA.
- Palestrante convidado: Ecossistema IA de Código Aberto. Nosso palestrante convidado, Dr. Ibrahim Haddad, diretor executivo da Fundação LF AI, falará sobre IA de código aberto.
- Bloco Avançado I: Codificando IA. O palestrante Kevin Trebing fará uma introdução sobre como criar aplicativos de IA. Para isso, você aprenderá o básico do PyTorch, uma das maiores estruturas de IA ao lado do TensorFlow.
- Bloco Avançado II: IA Cultural. Maurice Jones descreverá como o significado da IA como tecnologia é socialmente construído e que papel os fatores culturais desempenham nesse processo. Ele dará um exemplo prático de como diferentes culturas criam diferentes significados em torno das tecnologias.
- Bloco Avançado III: IA Criativa. O palestrante Gabriele Graffieti fará uma introdução sobre IA criativa, ou seja, o significado de criatividade em uma inteligência artificial e como instigar a criatividade no processo de treinamento. Nesta palestra, abordaremos detalhadamente modelos generativos e, principalmente, redes adversas generativas.
- Bloco Avançado IV: IA Contínua. O palestrante Vincenzo Lomonaco fará uma breve introdução ao tópico Aprendizado Contínuo para IA. Esta palestra é muito prática e baseada em slides e código executável no Google Colaboratory. Você será capaz de codificar ao longo da palestra para adquirir o conhecimento e as habilidades básicas.
Para inscrição e mais informações, acesse: https://sites.google.com/view/ai-for-people-workshop
Como a desigualdade alimenta as mortes por covid-19
13 de julho de 2020
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Em artigo publicado pelo portal da Organização Project Syndicate, o Nobel da economia Jeffrey Sachs comenta sobre a resposta de países com grande desigualdade social no combate ao coronavírus.
Confira o artigo na íntegra.
Três países – Estados Unidos, Brasil e México – respondem por quase metade (46%) das mortes por covid-19 registradas no mundo e, no entanto, eles contêm apenas 8,6% da população do planeta. Cerca de 60% das mortes na Europa estão concentradas em apenas três países – Itália, Espanha e Reino Unido – que representam 38% da população europeia. Houve muito menos mortes e índices menores de mortalidade na maior parte do Norte e região central da Europa.
Diversos fatores determinam o índice de mortalidade por covid-19 de um país: qualidade das lideranças políticas, coerência da resposta pública, disponibilidade de leitos de hospital, controle de viagens internacionais e estrutura etária da população. No entanto, uma característica estrutural profunda parece estar moldando o papel destes fatores: os salários e a distribuição de renda de cada país.
EUA, Brasil e México têm uma renda muito alta e desigualdade de distribuição. O Banco Mundial registra que, nos últimos anos (2016 a 2018), os respectivos coeficientes de Gini foram de 41,4 nos EUA, 53,5 no Brasil e 45,9 no México. (Em uma escala de 0 a 100, o valor máximo significa desigualdade absoluta, com uma pessoa controlando toda a renda ou riqueza, enquanto zero significa uma distribuição completamente igual por pessoa ou família).
Os EUA têm o maior coeficiente de Gini entre as economias desenvolvidas, enquanto Brasil e México estão entre os países mais desiguais do mundo. Na Europa, a Itália, a Espanha e o Reino Unido – com pontuações de Gini de 35,6, 35,3 e 34,8, respectivamente – são mais desiguais do que seus pares ao Norte e ao Leste, como Finlândia (27,3), Noruega (28,5), Dinamarca (28,5), Áustria (30,3), Polônia (30,5) e Hungria (30,5).
A correlação de mortes por milhão e desigualdade de renda está longe de ser perfeita; outros fatores fazem uma tremenda diferença. A desigualdade da França é comparável à da Alemanha, mas o índice de mortalidade francês é significativamente maior. O índice de mortalidade na relativamente igualitária Suécia apresenta números muito maiores do que seus vizinhos, porque a Suécia decidiu manter suas políticas de distanciamento social como algo voluntário em vez de obrigatório. A relativamente igualitária Bélgica levou um duro golpe com registros de mortalidade bastante altos, em parte graças à decisão das autoridades de registrar mortes prováveis de covid-19 como causadas pelo vírus, além dos óbitos confirmados.
A alta desigualdade de renda é uma maldição social em muitos sentidos. Como Kate Pickett e Richard Wilkinson registram de maneira convincente em dois livros importantes, The Spirit Level e The Inner Level (em português, O Nível e O Espírito da Igualdade, respectivamente), desigualdade maior leva a piores condições de saúde em geral, o que aumenta de modo significativo a vulnerabilidade às mortes por covid-19.
Não só isso, desigualdade maior leva a uma coesão social menor, menos confiança social e mais polarização política, fatores que afetam de modo negativo a capacidade e prontidão de um governo para adotar medidas firmes de controle. Desigualdade maior significa que uma grande parcela dos trabalhadores de baixa renda – dos faxineiros, caixas, guardas e entregadores aos trabalhadores no setor de limpeza, construção e em fábricas – tem de tocar a vida normalmente, mesmo correndo risco de contágio. Mais desigualdade também significa mais pessoas vivendo em condições apertadas de moradia e, portanto, incapazes de se abrigar em segurança.
Líderes populistas agravam os enormes custos da desigualdade. O presidente dos EUA, Donald Trump, o do Brasil, Jair Bolsonaro, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foram eleitos por sociedades desiguais e socialmente divididas com o apoio de muitos eleitores da classe trabalhadora insatisfeitos (em geral homens brancos e de baixa instrução rancorosos com o declínio de seu status socioeconômico). Porém, a política do ressentimento é quase o oposto da política do controle de epidemias. A política do ressentimento rejeita especialistas, ridiculariza evidências científicas e se indigna com elites que trabalham online e dizem aos trabalhadores que não podem fazer o mesmo que fiquem em casa.
Os EUA são tão desiguais, politicamente divididos e mal governados por Trump que efetivamente já desistiram de qualquer estratégia nacional coerente para controlar o surto. Todas as responsabilidades foram repassadas para os governos estaduais e municipais, que foram deixados para se virar sozinhos. Em alguns casos, manifestantes de direita fortemente armados atacaram as capitais para se opôr às restrições ao funcionamento do comércio e à mobilidade pessoal. Até mesmo máscaras faciais estão sendo politizadas: Trump se recusa a usá-las, e disse recentemente que algumas pessoas o fazem apenas para expressar sua rejeição a ele. O resultado é que os seguidores de Trump alegremente se recusam a usá-las, e o vírus, que começou nos Estados “azuis” (democratas) da costa, está agora atingindo com força a base de Trump nos Estados “vermelhos” (republicanos).
Brasil e México têm imitado a política americana. Bolsonaro e o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, são os populistas à la Trump por excelência, zombando do vírus, relativizando recomendações de especialistas, fazendo pouco caso dos riscos e recusando abertamente proteção pessoal. Também eles estão levando seus países rumo a um desastre trumpiano.
À exceção do Canadá e de algumas poucas outras regiões, os países da América do Norte e do Sul vêm sendo devastados pelo vírus, porque quase todo o hemisfério ocidental compartilha de um legado de desigualdade maciça e discriminação racial generalizada. Mesmo o bem-governado Chile foi vítima da violência e instabilidade no ano passado, em função de desigualdade elevada e crônica. Este ano, o Chile (ao lado do Brasil, do Equador e do Peru) vem sofrendo com algumas das mais altas taxas de mortalidade por covid-19 no mundo.
Certamente a desigualdade não é uma sentença de morte. A China é bastante desigual (com uma pontuação de Gini de 38,5), mas seus governos federal e provinciais adotaram medidas rigorosas de controle após o surto inicial em Wuhan, em essência sufocando o vírus. O surto recente em Pequim, após semanas com zero novos casos confirmados, resultou em novos lockdowns e testagem em ampla escala.
Na maioria dos outros países, contudo, estamos mais uma vez testemunhando os custos altos da imensa desigualdade: governança inepta, desconfiança social e uma vasta população de vulneráveis incapaz de se proteger de males invasivos. De modo alarmante, a epidemia em si está ampliando ainda mais as desigualdades.
Hoje os ricos trabalham e prosperam online (a fortuna do fundador da Amazon, Jeff Bezos, aumentou em US$ 49 bilhões desde o início do ano, graças à guinada decisiva para o e-commerce), enquanto os pobres vêm perdendo seus empregos e, em alguns casos, sua saúde e vidas. E é certo que os custos da desigualdade vão aumentar ainda mais, à medida que os governos desidratados de receita cortam orçamentos e serviços públicos essenciais para os pobres.
Mas um ajuste de contas vem aí. Na falta de governos coerentes, capazes e confiáveis que possam implementar uma resposta justa e sustentável à pandemia, além de uma estratégia para a recuperação econômica, o mundo vai sucumbir a novas ondas de instabilidade geradas por um conjunto crescente de crises mundiais.
Tradução de Fabrício Calado Moreira
Jeffrey D. Sachs, professor de Desenvolvimento Sustentável e de Políticas e Gerenciamento de Saúde da Universidade de Columbia, é diretor do Centro de Desenvolvimento Sustentável de Columbia e da Rede de Soluções de Desenvolvimento Sustentável (SDSN) da ONU. Ele já atuou como consultor especial para três secretários-gerais da ONU. Seus livros incluem O Fim da Pobreza, Riqueza Comum, A Era do Desenvolvimento Sustentável, Construindo a Nova Economia Americana e, mais recentemente, Uma Nova Política Externa: Além do Excepcionalismo Americano.