PUC-Rio é a sede da Secretaria Executiva da SDSN Brasil


 


A estruturação da SDSN Brasil aconteceu em 2014, a partir de um grupo de universidades, durante uma visita do professor Jeffrey Sachs à PUC-Rio. Antes disso, a PUC-Rio já estava envolvida em alguns eventos das Nações Unidas que acabaram por se tornar embriões da rede, como a conferência na Universidade de Columbia, em 2011, quando se discutiu o desenvolvimento sustentável como uma disciplina universitária, e a discussão do Conselho Internacional para a Ciência (ICSU), sediada na PUC-Rio, durante a Rio+20. Desse modo, ao assumir a coordenação da SDSN Brasil, a PUC-Rio colabora para que a rede tenha um retorno à origem acadêmica.A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) sedia a SDSN Brasil nas dependências do campus da Gávea. O trabalho é coordenado pelo Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente – NIMA, espaço da instituição responsável pela integração e troca de conhecimento interdisciplinar nos estudos socioambientais na Universidade. Dessa forma, desde outubro de 2019, a PUC-Rio responde pela coordenação da Secretaria Executiva da SDSN Brasil para ser um local de articulação entre as instituições acadêmicas e a sociedade civil e, assim, estabelecer pontes para realização de soluções em desenvolvimento sustentável.

“Outra característica que a PUC-Rio quer trazer para a sua gestão da SDSN Brasil é a ampliação da visão dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), trabalhando com todo o universo dos ODS, sem priorizar um grupo específico de objetivos. Assim, esperamos que a Universidade, por meio de seus pesquisadores, professores e estudantes, possa se vincular aos ODS de acordo com seus interesses de pesquisa”, acrescenta o professor Luiz Felipe Guanaes, diretor do Nima, ressaltando a importância do envolvimento do aluno, que pode participar tanto em projetos de pesquisa quanto em trabalho voluntário, atuando com a equipe da coordenação da rede.

Trabalhando em parcerias com outras instituições, a meta da PUC-Rio é criar uma plêiade nacional de universidades alinhadas com os objetivos de desenvolvimento sustentável que façam uma reverberação desses ODS. “A SDSN é uma rede que trabalha com parceiros e isso vai ser um processo natural que, em determinado momento, vai extrapolar nossa mão. O que esperamos, na verdade, é que os grupos de pesquisa se incorporem como atores ativos nas questões da SDSN e nas soluções de desenvolvimento sustentável”, explica o professor.

A SDSN Brasil é uma rede que envolve organizações da sociedade civil, instituições acadêmicas de ensino e pesquisa, que têm o objetivo de potencializar os impactos e o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas. Os 17 ODS definidos durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável realizada em 2015, preveem ações nas áreas de mudanças climáticas, crescimento econômico inclusivo, infraestrutura, cidades sustentáveis, consumo responsável entre outras. Veja aqui os 17 ODS e as metas de Desenvolvimento Sustentável.

“Ao assumir a coordenação da SDSN Brasil, a PUC-Rio consolida o papel ético que a Universidade sempre teve e o compromisso de formação integral, não apenas social, mas socioambiental”, completa Guanaes.

Desenvolvimento Sustentável: como chegamos até aqui

A relação do homem com a natureza não é estática, ao contrário, muda conforme os avanços tecnológicos, científicos e transformações sociais. A industrialização trouxe consigo mudanças climáticas e consequências ao meio ambiente, que hoje se tornaram urgentes serem repensadas. A cada ano, mais pessoas de diversas partes do planeta vêm aderindo ao movimento ambientalista. Apesar de o tema estar em alta no momento, o movimento em prol do desenvolvimento sustentável é antigo, possui longa trajetória com marcos históricos.

Após a Segunda Guerra Mundial 50 países se uniram novamente, dessa vez, com o objetivo de combater às desigualdades sociais, além de lutar pela paz e por um mundo mais sustentável. Nascia assim, em 24 de outubro de 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU). Atualmente, a organização é formada por 193 países-membros. A história do desenvolvimento sustentável começou a ser traçada em 1972, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) convocou a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em Estocolmo, na Suécia. O evento foi de extrema importância para a humanidade e originou uma Declaração com a proposta de uma nova agenda ambiental, que abordou noções de crescimento econômico alinhadas à preservação do meio ambiente.

No mesmo ano, a ONU criou o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), que atualmente é a principal autoridade global em meio ambiente. O programa exerce a função de preservar o meio ambiente e promover o desenvolvimento sustentável. Com o crescimento da preocupação de um uso mais saudável do planeta, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU publicou o Relatório Brundtland, em abril de 1987. Pela primeira vez na história, o conceito de desenvolvimento sustentável foi oficialmente declarado em um discurso público.

Cúpula da Terra, no Rio de Janeiro

Em 1992, foi a vez da Conferência das Nações Unidas sobre o meio ambiente e desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro. Também conhecida como a Cúpula da Terra, a conferência reuniu inúmeros chefes de Estado para debater sobre o desenvolvimento sustentável e possibilitou a adoção da Agenda 21, um importante acordo que pensava além das questões ambientais. Além da proteção dos recursos naturais, o plano de ação também incluía assuntos como a pobreza e padrões insustentáveis de produção e consumo.

Em 1997, foi adotado o Protocolo de Kyoto, um tratado internacional entre os países membros da ONU que estabeleceu metas de redução de emissão de gases estufa para os países industrializados. Em 2002, foi realizada a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, em Johanesburgo, na África do Sul. A reunião teve o objetivo de acompanhar o progresso e avaliar as novas questões que surgiram desde a Cúpula da Terra, em 1992.

Vinte anos depois da Cúpula da Terra, a cidade do Rio de Janeiro sediou novamente uma conferência que definiria os próximos rumos da preservação do planeta. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, apresentou soluções para uma economia mais verde e abordou temas como erradicação da pobreza e justiça social. O objetivo do encontro foi verificar os avanços desde a Eco-92 e trilhar os próximos passos para um mundo mais sustentável.

Criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Em setembro de 2015, a sede da ONU em Nova York recebeu a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável. O encontro foi decisivo para a criação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como parte de uma nova agenda ambiental com prazo para 2030. Os ODS tiveram como referência os oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que alcançaram ótimos resultados na redução da pobreza global no período entre 2000 e 2015.

A Agenda 2030 é um plano de ação criado pelos 193 países-membros das Nações Unidas para as pessoas, o planeta e a prosperidade, com o propósito de fortalecer a paz universal com mais liberdade. Lançada em agosto de 2015, a agenda propõe 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas correspondentes para serem cumpridos até 2030, que buscam erradicar a pobreza e promover um mundo mais justo e sustentável. Desde que foi criada, a Agenda 2030 já conseguiu mobilizar mais de 120 países, com foco no enfrentamento de desafios globais para o desenvolvimento sustentável do planeta.

Criação da Sustainable Development Solutions Network (SDSN)

Em 9 de agosto de 2012, o então secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, criou a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável, do inglês Sustainable Development Solutions Network (SDSN) da ONU. A SDSN é uma iniciativa global que mobiliza conhecimento científico e tecnológico da academia, da sociedade civil e do setor privado com o propósito de promover soluções para o desenvolvimento sustentável. A iniciativa possui um papel especial no aconselhamento à ONU sobre os ODS e na seleção de indicadores adequados para acompanhar a sua implementação, através de relatórios anuais com dados que avaliam a performance dos 193 países-membros.

Criação das redes nacionais e regionais da SDSN

Atualmente, a SDSN é composta por 38 redes nacionais e regionais. A iniciativa chegou ao Brasil em 2014 e tem a função de dar visibilidade às iniciativas que coloquem em prática os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos na Agenda 2030 da ONU. Em cada área de atuação, as redes de universidades, centros de pesquisa e outras instituições de conhecimento da SDSN contribuem com os mais recentes conhecimentos em desenvolvimento sustentável por meio da mobilização de apoio para os ODS, educação de alta qualidade, colaboração em pesquisas e estímulo de iniciativas sustentáveis.

Publicada em 27 de agosto de 2020 e está arquivada em Notícias e Eventos.


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